Imóveis no Centro de São Paulo valorizam 28,01%, mesmo com a cracolândia

default_image

Apesar dos desafios históricos enfrentados pelo Centro de São Paulo, como a presença da cracolândia, a região tem registrado uma surpreendente valorização imobiliária. Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, compilados pela startup Amora, os imóveis na área central aumentaram 28,01% entre 2019 e 2021. A média de preço passou de R$ 351.528,53 para R$ 449.979,92, considerando bairros como Bela Vista, Sé, República, Consolação, Santa Cecília, Higienópolis, Campos Elíseos e Brás.

O que explica esse crescimento?

Segundo Aram Apovian, CEO da Amora, a valorização está ligada a políticas públicas de revitalização e recuperação do patrimônio histórico da região. Apesar dos avanços ocorrerem de forma lenta, há um movimento positivo contínuo impulsionado por iniciativas sociais e urbanísticas.

“O Centro de São Paulo possui uma das maiores heranças arquitetônicas do Brasil, e vem recebendo incentivos para recuperação dessa riqueza. A valorização está acontecendo mesmo com a presença de desafios sociais, como a cracolândia”, afirma Apovian.

A expectativa, segundo o executivo, é de que a demanda por imóveis no Centro cresça mais de 10% nos próximos três anos, especialmente nas áreas mais próximas à Avenida Paulista, Perdizes e Vila Mariana. O movimento de retomada acontece “das bordas para o centro”, reforçando uma tendência de reocupação do coração da cidade.

Pandemia e transformação do mercado imobiliário

Outro fator que impulsionou mudanças no setor foi a pandemia. A paralisação de 2020 trouxe novas necessidades para dentro das moradias, como espaços de home office, áreas para entrega de produtos e estrutura para pets.

Rogério Santos, fundador da UBlink, destaca que as incorporadoras já estão entregando imóveis com plantas adaptadas para o novo estilo de vida. “Espaços mais completos, com ambientes para trabalho remoto e até coworking, têm sido decisivos na hora da compra”, explica.

Além disso, o aumento nas compras online levou muitos condomínios a instalar lockers para entregas e criar áreas dedicadas para recebimento de delivery. O crescimento no número de animais de estimação também influenciou: espaços pet-friendly, com áreas para banho, tosa e lazer, tornaram-se diferenciais valorizados.

Segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o mercado pet movimentou R$ 27 bilhões em 2020, o que mostra a força dessa demanda.

Rolar para cima